Todo corpo gordo é um corpo doente?: as lógicas de cuidado no tratamento da obesidade
- SOPAS UFRGS
- 9 de jun.
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Luíza Tavares
Maycon N. Schubert (Orientação)
A obesidade está no foco das preocupações da saúde populacional mundial há algumas décadas, em um debate centrado principalmente na epidemiologia. Normalmente, a obesidade é classificada como uma doença crônica e diagnosticada a partir do “excesso” de adiposidade e pelo Índice de Massa Corporal (IMC), uma fórmula que resulta em uma proporção em peso e altura. Consequentemente, todo corpo gordo é classificado como um corpo doente, o que resulta na patologização de um grupo de pessoas unicamente a partir da forma corporal. Além disso, são corpos estigmatizados por meio de um preconceito chamado gordofobia, que é manifestado de diversas formas, dentre elas, a partir da gordofobia na área da saúde, mais conhecida como gordofobia médica. Assim, entende-se a necessidade urgente de estudar a obesidade e o corpo gordo a partir da ótica das ciências sociais, já que a obesidade é uma preocupação de saúde pública e um estigma social (Poulain, 2013). Nesse contexto, essa pesquisa buscou identificar quais são as lógicas de cuidado, a partir da perspectiva de Annemarie Mol, existentes em práticas de tratamento da obesidade divulgadas por profissionais de saúde no Instagram, no entendimento de que as redes sociais também fazem parte das práticas de cuidado desses profissionais. Nesse sentido, é possível identificar que os tratamentos para a obesidade são centrados unicamente na perda de peso e de forma a responsabilizar individualmente o paciente (ou cliente, nesse caso), pela lógica da escolha (Mol, 2008), a partir de elementos mercantilistas que tratam a saúde como um bem, não como um direito.
Dissertação completa aqui.