Luíza Tavares
A definição da obesidade como “excesso de adiposidade” e o Índice de Massa Corporal (IMC) são insuficientes para diagnóstico, especialmente quando usados individualmente, além de ainda precisarem de adequação para uso em diferentes populações;
Nem todo corpo, nas classificações atuais de sobrepeso e obesidade, será um corpo doente. Patologizar os corpos unicamente a partir do IMC e da gordura corporal também é uma forma de patologizar a diversidade corporal;
A gordofobia é o preconceito contra corpos gordos e é uma forma de discriminação. Ela pode se expressar em diversos âmbitos, como na estética, na área da saúde e na acessibilidade;
As categorias “sobrepeso” e “obesidade” não deveriam ser agrupadas como “excesso de peso” ou “acima do peso”. Juntar essas categorias é uma forma de dramatizar o peso, fomentar a gordofobia, estimular a pressão estética e incentivar práticas individuais para perda de peso;
Os cuidados em relação à prevenção das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) e do aumento de peso da população mundial devem ser diversos e não apenas focados no indivíduo. As abordagens de cuidado não devem ser centradas apenas na redução do peso: assim como a etiologia das DCNT é multifatorial, o cuidado de prevenção e tratamento também deve ser;
Existem algumas estratégias possíveis para a prevenção da obesidade, como a promoção de saúde, educação de saúde, conselhos individualizados e legislação da saúde. As estratégias devem levar em consideração o caráter gordofóbico das práticas de saúde atuais e devem ser formadas com aconselhamento de ativistas e pesquisadores em gordofobia.
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