Camila Penna e Ana Lopes
O caso de trabalho escravo nas vinícolas gaúchas não pode ser compreendido apenas como um resultado da precarização do trabalho e da flexibilização da legislação trabalhista nos últimos anos. É necessário incorporar a dimensão da branquitude e do racismo por denegação para explicar a persistência da escravidão atual.
A branquitude, como posição de poder e de privilégio das pessoas brancas, é um aspecto central na estratificação da sociedade brasileira e explica algumas reações que negam ou que minimizam a dimensão racial da escravização dos trabalhadores nas vinícolas gaúchas.
A concentração fundiária está diretamente relacionada à persistência do trabalho escravo. A seletividade racial do Estado na política fundiária ajuda a compreender porque nunca se cumpriu o dispositivo que está previsto em Constituição: a expropriação da propriedade na qual é identificada a existência de trabalho escravo.
O racismo permeia e forma o sistema agroalimentar brasileiro, desde a produção rural até o consumo.
Acesse aqui o texto completo.
Yorumlar