Elcio Costa do Nascimento
A produção em larga escala de proteína animal é um dos principais alvos das críticas à insustentabilidade da agropecuária moderna.
As carnes sintéticas têm sido apresentadas como uma nova panaceia científica, capaz de responder não apenas à crítica ambiental ao sistema agroalimentar, mas também aos movimentos que questionam o consumo de carne em função de sua associação a epidemias de saúde pública e às questões de bem-estar animal.
Os vultosos investimentos de grandes conglomerados financeiros neste tipo de produto corroboram entendimentos de que as carnes sintéticas já são uma realidade que impacta a dinâmica dos sistemas alimentares.
Mesmo assim, o futuro das carnes sintéticas ainda é incerto e depende não apenas de recursos financeiros que viabilizem sua produção em larga escala e com baixos custos, mas também das lutas narrativas acerca dos seus potenciais impactos ambientais, econômicos, sociais e culturais.
Tais lutas questionam os principais benefícios associados à substituição do consumo de carne convencional pela carne sintética, principalmente em relação aos reais impactos ambientais e na saúde do consumidor.
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