A construção do (não) saudável: como o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor tornou os produtos ultraprocessados os antagonistas da alimentação adequada e saudável
- SOPAS UFRGS
- 4 de set.
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Vitória Giovana Duarte
Marília Luz David
Se apropriando do conhecimento técnico produzido pelos especialistas da área da saúde sobre o aumento das doenças crônicas não transmissíveis no Brasil e da correlação disso com a popularização dos alimentos com fórmula industrial, os grupos de ativismo alimentar brasileiros começaram a problematizar o consumo dos produtos denominados “ultraprocessados” e realocar a discussão sobre isso para o âmago das suas agendas. No capítulo, analisam o caso do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e exploramos como a organização se mobilizou, a partir do que identificou como um problema emergente na dieta da população brasileira, para propor uma nova definição do que constitui uma alimentação adequada e saudável e do que (ou quem) a antagoniza.
As autoras concluem que a mudança no foco da agenda de ativismo alimentar do Idec fez com que ele precisasse reorganizar toda sua rede de associações, agregando novos aliados e/ou alterando a forma de mobilizar atores que já faziam parte dela. Seguir o processo de antagonização dos ultraprocessados e da indústria que fabricam tais produtos também foi essencial para entender como a organização formula a noção de saudabilidade, constrói práticas e alinha os recursos necessários para fortalecer a sua narrativa.
In: COELHO, Gabriel B; DAVID, Marília L.; FLEURY, Lorena C. (Org.). Tecnologia, Ciência e Ambiente: contribuições das Ciências Sociais em tempos de mudanças climáticas. 1° ed. Curitiba: Appris, 2025.
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