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Ativismos digitais do movimento afro vegano: uma análise das narativas performáticas

Atualizado: 25 de mai. de 2022

Tese defendida por Arthur Saldanha dos Santos junto ao PPG Sociologia da UFRGS


Essa tese analisa as narrativas performáticas dos ativistas do Movimento Afro Vegano nas mídias sociais e o seu tensionamento aos significados e identidades do veganismo. O objetivo geral consistiu em compreender os ativismos digitais do Movimento Afro Vegano a partir das narrativas performáticas de ativistas nas mídias sociais. Foi realizada a análise dos perfis no Instagram de 14 ativistas que se identificaram enquanto afroveganos e atuantes no movimento. Além disso, foram realizadas entrevistas em profundidade com esses ativistas, tendo como base um roteiro semiestruturado com questões padronizadas. A coleta dos dados digitais aconteceu entre os meses de maio e dezembro de 2020. Ao todo, foram analisadas 6.870 postagens, sendo divididas em 14 temáticas. Quatro temas foram publicados mais vezes pelos perfis de ativistas analisados: receitas veganas acessíveis (210 publicações); pratos veganos acessíveis (195 publicações); receitas veganas (191 publicações); e alimentação ancestral (110 publicações). Esses ativistas foram classificados a partir dos seguintes atributos sociais: gênero, identificação racial, faixa etária e escolaridade, sendo quatro homens e dez mulheres, com idades entre 18 e 35 anos, uma pessoa com Ensino Médio Incompleto e 13 pessoas com Ensino Superior Completo. As evidências permitem concluir que o antiespecismo e o antirracismo são as pautas principais e recorrentes nas ações e agendas do Movimento Afro Vegano. Entretanto, diferentemente de estudos anteriores que sugerem uma convergência entre os significados dessas pautas, os resultados demonstram que o Movimento Afro Vegano diferencia antirracismo e antiespecismo nas práticas coletivas. Os ativistas se empenham em problematizar as práticas alimentares veganas, olhando para as desigualdades sociais existentes nos espaços veganos. Eles criticam o universo elitizado de consumo vegano e a reprodução de práticas racistas no seu interior, evidenciando as múltiplas formas de opressão e hierarquização que têm caracterizado esses espaços. Além disso, esses ativistas buscam oferecer alternativas de alimentação vegana acessível às minorias sociais, resgatando costumes, tradições e rotinas alimentares de povos ancestrais. E dessa forma, procuram reafirmar a noção de ancestralidade africana como um caminho de reconexão dos povos negros às origens dos alimentos e às suas próprias origens. Isso implica na adequação das práticas e rotinas alimentares desses ativistas aos repertórios culturais específicos, que geralmente são encontrados no alinhamento das pautas do Movimento Afro Vegano com o Movimento Negro.


Acesso o documento completo aqui.




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