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Habilidades sociais no enfrentamento à pandemia e reconfigurações nos mercados alimentares territoriais no médio alto Uruguai e no litoral norte do Rio Grande do Sul

Atualizado: 2 de dez. de 2024

Jeferson Tonin


A pandemia de Covid-19 afetou direta ou indiretamente todos os mercados alimentares, em especial aqueles que operam a partir de dinâmicas territoriais, em que restrições de circulação e interrupção de programas de compras públicas fizeram com que muitos canais de comercialização ficassem suspensos. Como movimento de resposta a este problema, algumas organizações de agricultores passaram a construir alternativas para o escoamento dos produtos, como a digitalização dos mercados. Dentre as experiências inovadoras, especialmente com foco na transição em direção a sistemas alimentares sustentáveis, destaca-se o trabalho realizado pela Agência de Desenvolvimento do Médio Alto Uruguai – ADMAU e pela Cooperativa Mista de Agricultores Familiares de Itati, Terra de Areia e Três Forquilhas - COOMAFITT, em dois territórios do Rio Grande do Sul. Nestas circunstâncias, o objetivo central dessa tese foi analisar as habilidades sociais mobilizadas no enfrentamento à pandemia de Covid-19, especialmente no campo dos mercados alimentares territoriais no Médio Alto Uruguai e Litoral Norte.


Para isso, nossa proposta teórico-analítica foi baseada em dois conjuntos teóricos: a Teoria dos Campos de Ação Estratégica (CAEs), que foi importante para analisar a habilidade social dos atores na formulação de respostas à crise, e a abordagem das Ordens Alimentares, da qual utilizamos os conceitos de práticas, instituições e artefatos técnicos como unidades de análise das transformações observadas nos mercados alimentares.


A partir desta pesquisa foi possível analisar as transformações dos mercados alimentares territoriais por meio de três arranjos: vendas diretas, vendas para intermediários e vendas via ação coletiva. Nossos resultados sugerem que as vendas intermediadas por cooperativas e vendas diretas foram diretamente impactadas pela pandemia, de modo que a construção de estratégias de comercialização baseadas na digitalização dos mercados, incluindo WhatsApp, sites e plataformas integradas, foi fundamental. Tal heterogeneidade de respostas tem a ver com os diferentes recursos e com as diferentes habilidades que os atores tinham à disposição em cada território. Embora algumas práticas tenham sido incorporadas aos mercados alimentares territoriais, não foi verificada uma transformação substancial deste campo, sobretudo pela inação no Estado e pelo retorno aos mercados convencionais.


Acesse aqui o texto completo.





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