Maycon Noremberg Schubert
A comida de conveniência e a simplificação das práticas alimentares conduzem a um amplo processo social, caracterizado como “conveniencialização da comida e do comer”;
A conveniencialização se intensifica a partir de mudanças estruturais nos domínios: doméstico, do trabalho, das cidades, da tecnologia, do entretenimento, entre outros, a partir de uma lógica de economia do tempo. As corporações – mas também pequenos e médios empreendedores e agricultores – observam essas mudanças com atenção e oportunismo, atuando na exploração de novos mercados, o que impacta diretamente o sistema alimentar;
Os avanços tecnológicos e sua popularização por meio dos smartphones, bem como o controle das informações pessoais pelas Big Techs, alinhadas à falta de tempo, à falta de habilidades culinárias e às rupturas na rotina alimentar das pessoas, vêm potencializando essas mudanças;
A prática do delivery é um dos ícones mais conhecidos dessas transformações. A emergência das Dark Kitchens é um outro exemplo desse processo, e vem se consolidando como uma estratégia de mercado importante para muitos restaurantes, com pouca fiscalização e regulação por parte do Estado;
Pensar políticas alimentares que minimizem os impactos negativos gerados pelo processo de conveniencialização da comida e do comer, bem como diferentes formas de inclusão econômica e social que aproveitem as oportunidades geradas por essas mudanças, é um grande desafio à sociedade atual.
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